(Lenda índigena)
Conhecido na região Norte como pirilampo, luz da vida ou facho eterno, o vaga-lume está associado a diversas lendas, entre elas as indígenas. Diz uma lenda que em uma tribo da região Norte haviam curumins com poderes peculiares, cedidos por Tupã, de curar diversos males, fossem eles do corpo ou do coração.
Entre esses curumins destacava-se Loni, filho da luz e da bondade, predestinado por Tupã como o combatente da maldade e da escuridão.
Durante muitas luas, o pequeno Lori foi desenvolvendo o seu poder, enquanto o corpo alcançava a maturidade. Certa vez, quando caçava com seus companheiros, o jovem índio distanciou-se deles, perseguindo um pequeno animal atingido por sua flecha.
Morá, deusa do mal, percebeu que aquela seria uma oportunidade única para liquidá-lo e envolveu a floresta em total escuridão. Para sua surpresa, os olhos do índio começaram a brilhar intensamente e com uma força tal, que dissipou-se a escuridão, fazendo com que vislumbrasse a face da deusa. Esta, despojada de sua maldade pela luz de Lori, transformou-se em uma linda índia, pela qual Lori apaixonou-se profundamente.
Tupã, que de seu trono a tudo assistia, resolveu que não poderia ser perturbada a ordem das coisas. O bem e o mal estavam destinados por luas eternas a permanecerem em combate indefinidamente. Assim, Tupã desfez a magia de Lori e devolveu a Morá sua escuridão.
Tomado de amor pela deusa do mal, Lori começou a definhar. O rosto sempre alegre transformou-se em uma profunda máscara de tristeza e até mesmo seu corpo sofreu mutações, diminuindo a cada lua até transformar-se numa minúscula esfera de luz e partir para junto da sua amada, que depois de recuperar a escuridão passou a fugir dele. Por isso dizem os indígenas, que o vaga-lume aparece nos mais escuros recantos da floresta. É Lori, que mesmo transformado em uma minúscula partícula de luz, tenta envolver Morá com seu facho e assim recuperar a amada.