Os deuses da Grécia e de Roma eram acompanhados em suas viagens por muitas criaturas sobrenaturais, que serviam de criados, professores, ajudantes e seguidores. Cada divindade tinha seu séquito, cujo caráter refletia a personalidade do deus. O ébrio Dioniso vivia rodeado por um estranho conjunto de animais míticos e mulheres que dançavam freneticamente, ao passo que as companheiras da deusa do amor eram as lindas Graças. Muitos desempenhavam também outras funções, como espíritos de lugares específicos ou divindades com responsabilidades especiais. Vários eram espíritos da natureza e deviam parecer bem mais próximos do dia-a-dia do que os poderosos deuses do monte Olimpio.
NINFAS
As ninfas eram filhas do pai ou mãe divina. Retratadas como lindas mulheres, estavam associadas ao campo. Havia vários tipos de ninfas: nereidas e oceânides (ninfas do mar), náiadas (de fontes e regatos), leimoníadas (das pradarias), oréades (das montanhas) e driadas (das florestas e bosques). Muitas integravam o séquito dos deuses. Pã e os sátiros, assim como Zeus, Apolo, Hermes e Dioniso, atraiam um grande número de ninfas. Somente as dríadas não seguiam ninguém, permanecendo nas florestas para guardar as árvores e dançar em volta dos carvalhos sagrados. A maioria delas eram filhas de Zeus, com exceção das oceânides e das nereidas (filhas do Titã Oceano e do deus da água, Nereu). As ninfas se apaixonavam por seres humanos.
ECO E NARCISO
Eco era uma ninfa seguidora da mulher de Zeus, Hera, a quem irritava com intermináveis conversas sobre os casos amorosos de Zeus. Para puni-la, Hera tirou-lhe a voz, de modo que só podia repetir o que os outros lhe diziam. Eco se apaixonou pelo belo Narciso, mas não podia dizer-lhe isso. Eco acabou definhando entre os rochedos deixando para trás apenas uma voz que só sabia repetir.
SIRINGE
Pã apaixonou-se pela ninfa Siringe, dos bosques. Quando foi procura-la, Siringe transformou-se num caniço e escondeu-se entre outros que cresciam as margens de um rio. Pã ouviu os sons que o vento produzia nos caniços e teve a ideia de fazer um instrumento musical com bambús de vários comprimentos. Chamou de siringe a esse instrumento, hoje mais conhecido como flauta de Pã.
FÚRIAS
As Erinias (equivalentes às Três Fúrias romanas) viviam nas profundezas do Hades, onde torturavam as almas pecadoras. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia, a Terra, quando o deus Urano foi castrado. Pavorosas, tinham corpo de velha, cabeça de cão com cobras em vez do cabelo, pele negra retinta e asas do morcego. Chamavam-se: Tisífone (Castigo), Megera (Raiva Ciumenta) e Alecto (lnterminável).
QUÍRON
Ao contrário dos outros centauros, Quíron sempre foi sábio e bom. Apolo e Ártemis lhe ensinaram habilidades como medicina, música e as artes da guerra. Quíron foi tutor dos heróis Aquiles e Jasão na arte do guerrear e passou seu dom de curar para o deus Asclépio. Na batalha do Héracles contra os centauros, Quíron foi atingido por uma flecha do herói. Ele suplicou para morrer, porque sabia que sua ferida nunca iria sarar.
GRAÇAS
As três Graças (ou Cárites) eram filhas de Zeus e da ninfa marinha Eurínome. Personificação da própria beleza, essas três jovens elegantes eram as damas de companhia de Afrodite. Associadas a primavera, eram elas: Aglaia (Luminosa), Eufrosina (Alegre) e Tália (A que Traz flores).
PARCAS
As Parcas (ou Moiras), filhas de Zeus e da Titãnida Têmis, controlavam o destino humano. As Parcas eram retratadas quase sempre como um trio de velhas sentadas fiando o fio da vida. Chamavam-se Cloto (a que torcia o fio), Láquesis (a que media seu comprimento e o enrolava) e Átropos (a que o cortava).
HORAS
Irmãs das Parcas, as três Horas, Eunômia (Disciplina), Dice (Justiça) e Irene (Paz), eram deusas da justiça e da ordem, que mantinham a sociedade sob controle. Como divindades da natureza, tomavam conta da floração e frutificação das plantas. Seguidoras de divindades como Afrodite e Perséfone, eram próximas também de Hera e cuidavam de seus cavalos e carruagem.
SÁTIROS
Parte homem, parte bode, os sátiros eram espíritos dos bosques e montanhas. Como seguidores de Dioniso, gostavam de beber, de festejar, de perseguir ninfas e de assustar quem passasse pelas florestas. Os sátiros eram filhos de ninfas com bodes. Originalmente humanos, foram transformados em híbridos por Hera, que se zangou porque eles não vigiaram Dioniso direito.
MUSAS
Filhas de Zeus o Mnemósine, as Musas eram a princípio, divindades associadas com montanhas e nascentes. Mais tarde, tornaram-se deusas das artes e seguidoras do Apolo, que recebeu o título de Apolo Musagetes (Lider das Musas). As Musas viviam no monte Hélicon, na Beócia, perto de uma fonte chamada Hipocrene. Elas eram nove ao todo: Calíope (Musa da Poesia Épica), Clio (Musa da História), Érato (Musa da Poesia Lírica), Euterpe (Musa da Música Instrumental), Melpômene (Musa da Tragédia). Polímnia (Musa da Mímica), Terpsícore (Musa da Dança), Tália (Musa da Comédia) e Urânia (Musa da Astronomia).
SILENO
O velho Sileno era um seguidor fiel de Dioniso. Gordo, feio e ébrio, Sileno era muito sábio e passou grande parte de sua sabedoria ao deus. Nos cortejos, geralmente, estava bêbado demais e recebia ajuda de alguns sátiros ou ia no lombo de um asno. Seus homônimos, os silenos, eram seres com aspecto de sátiros.
MÊNADES
As mulheres do Dioniso eram chamadas mênades (mulheres loucas). Vestiam-se com trajes transparentes, tocavam música alto e dançavam de modo frenético. Domavam animais selvagens, cavalgavam panteras e levavam filhotes do bobo no colo.