Tutankamon (Maldição e Maravilhas)

A morte tocará com suas asas aquele que desrespeitar o faraó.

Estas são as palavras esculpidas na entrada da tumba de Tutankamon. A mais famosa de todas por ter sido a única a resistir intacta à violação dos ladrões de tesouros através de milênios.

Tesouros Tutankamon

Em 1922, o arqueólogo americano Howard Carter e sua equipe, financiados pelo amigo inglês Lord Carnarvon, desafiaram a maldição do faraó. Depois de 12 anos vasculhando o Vale dos Reis em busca de pistas, finalmente encontraram um degrau, uma escadaria, uma porta. A emoção foi tão grande que não deram importância àquelas palavras. O mundo passou a conhecer uma maravilha. Mas Lord Carnarvon pagou seu preço. Não chegou a ver o rosto de Tutankamon. Morreu dois meses depois da descoberta em consequência de uma picada de inseto que infeccionou. Nos anos seguintes, as pessoas que faziam parte da equipe também morreram, reforçando o mito da maldição, os detalhes você conhecerá mais adiante.

O sarcófago foi encontrado no vale dos Reis, no leito de um rio seco, sem indicação alguma de que haveria algo importante no local, em geral, monumentos ou pirâmides sinalizavam a existência do túmulo de uma personalidade poderosa. Howard Carter foi o primeiro a ver a múmia do faraó e sua máscara mortuária em ouro maciço. Até chegar lá, teve de destrancar quatro caixas de madeira folheadas a ouro, uma dentro da outra. Nelas, havia ainda quatro sarcófagos encaixados. O terceiro deles, feito de 110 kg de ouro puro. Como ocorria com todos os faraós, Tutankhamon foi enterrado com muitos objetos, alimentos, vinhos, roupas, jogos e até barcos, pois, os egípcios acreditavam em vida após a morte. O túmulo estava muito bem fechado na rocha. No centro da câmara mortuária havia quatro santuários ricamente decorados, um dentro do outro. No seu interior havia um enorme sarcófago de quartzita amarela com uma tampa de granito róseo. Deusas guardiãs primorosamente esculpidas postavam-se nos quatro ângulos. Dentro do sarcófago de pedra, que estava coberto de inscrições religiosas, havia diversos ataúdes folheados a ouro. Dentro do terceiro, que era de ouro, estava a múmia de Tutankhamon. Sobre o ataúde havia uma coroa de flores que ainda conservava todo seu colorido, joias fantásticas, estátuas, peitorais e amuletos de ouro, contas, espelhos de prata, anéis e colares com pingentes de ouro na forma de flores de lótus. Entre os muitos móveis luxuosos havia camas, cadeiras, bancos, mesas retiradas do palácio, o maravilhoso trono de ouro de Tutankhamon, vasos de alabastro, cetros, arcos e flechas, leques de plumas de avestruz, um painel que era o retrato do jovem rei e sua rainha com o símbolo de Aton, uma taça e uma lâmpada a óleo, de alabastro. As paredes e os tetos do túmulo eram revestidos de cenas religiosas, pinturas representativas de alguns dos deuses, sendo a mais extraordinária a de Osíris.

Sarcófago Tutankamon

Ao entrar na câmara mortuária, os exploradores notaram a existência de outra sala que foi nomeada de “O Tesouro”. À porta desta sala, voltado para a câmara, havia uma estátua do deus Anúbis sob a forma de um chacal negro. Estava deitado sobre um cofre em forma de pilone, olhando duramente para os intrusos. Seguramente os ladrões haviam estado ali pois, alguns cofres de joias estavam vazios. Entre as patas de Anúbis, uma pequena paleta de escriba levava o nome da princesa Meritaton (sobrinha e cunhada de Tutankhamon, filha de Akhenaton e Nefertiti). No interior do cofre havia uma série de objetos de culto funerário: escaravelhos, um peitoral, amuletos e simulacros de oferendas. Atrás do cofre, uma cabeça de vaca evocava a deusa Hátor. Tinha chifres feitos de cobre. Por trás dessa imagem, três copos de alabastro continham restos de substâncias que haviam sido utilizadas nos ritos de sepultamento.

Os verdadeiros tesouros desta sala eram as vísceras do rei. Por trás de todos os objetos descritos acima, havia um tabernáculo de madeira chapeada de ouro, colocado sobre um trenó, que era guardado por quatro imagens divinas: Ísis, Néftis, Neith e Selkit. As quatro deusas extendiam seus braços contra o cofre num gesto de proteção. Dentro do tabernáculo havia um outro cofre, desta feita de alabastro finamente esculpido. As deusas, agora, apareciam nos cantos do cofre, com o mesmo gesto protetor. Dentro do cofre, em quatro divisões, estavam os quatro vasos canopos do rei. Também eram de alabastro e suas tampas mostravam o rosto do faraó ao invés dos rostos dos quatro filhos de Hórus. Nos vasos, quatro pequenos ataúdes momiformes acondicionavam as vísceras mumificadas de Tutankhamon.

Tesouros Tutankamon

Nebkheperure Tutankhaton era filho de Amenófis IV (Akhenaton) e sua esposa Neferneferuaten Nefertiti. Viveu no período amarniense, em que a capital do Egito foi transferida para Amarna e a religião adquiriu caráter monoteísta. Cresceu em um ambiente fantasioso e isolado, uma vez que a cidade não passava de um cenário teatral, em que Akhenaton passava seu tempo recitando poemas e deixando em segundo plano a administração. Desde criança, o rei menino presenciou a crescente insatisfação popular causada pela instituição do deus Aten pelo seu pai. Após dezessete anos de reinado, Akhenaton foi assassinado e, como herdeiro legítimo, Tutankhaton, de dez anos de idade, ascendeu ao trono aproximadamente entre 1334 a.C. e 1325 a.C., era a18.ª Dinastia. Alterou seu nome para Tutankhamon em honra ao deus Amon, de Tebas, e reinstituiu os antigos valores egípcios. Cumpria os papéis reais sobre a tutela de Aye, o vizir de seu pai. O garoto sempre foi muito apegado à sua irmã Ankhesenamen, devido à tragédia de Amarna a qual enfrentaram juntos. Foi assassinado aos 19 anos por um sacerdote ambicioso e maligno. Apesar de seu breve governo, Tutankhamon é um dos mais famosos faraós, devido ao seu túmulo permanecer intacto todos estes anos. A tumba em si não é grande, sendo composta de pequenas salas anexadas, mas a quantidade de artefatos encontrados é de valor inestimável. É a única do Vale dos Reis que ainda abriga a múmia do faraó. Desde a década de 80, no entanto, está fechada ao público.

Trono Tutankamon

Sobre a Maldição.

Arthur Weigall, um dos homens da expedição de Carnarvon, esclareceu à Carnarvon o que sabia sobre o tal sarcófago. “Tão logo ele adquiriu o sarcófago, perdeu o braço quando sua arma explodiu. O navio que havia carregado o sarcófago naufragou. A casa na qual ficou mantido o sarcófago queimou. O fotógrafo que tirou fotos do sarcófago deu-se um tiro. Uma senhorita muito amiga do dono do sarcófago se perdeu no mar.” A lista de tragédias foi enorme!

Dois meses após entrar na tumba de Tutankhamon, Lord Carnarvon foi morto!

Em seis anos, mais doze componentes da expedição de Carnarvon também morreram e nos anos seguintes, diversas pessoas associadas com a expedição, perderam suas vidas.

A longa lista de mortos começou numa manhã de abril de 1923, quando Carnarvon acordou em sua suíte num hotel de Cairo e disse: “Me sinto como no inferno”. Quando seu filho chegou ao hotel, Carnarvon estava inconsciente. Nessa noite ele morreu.

Sua morte foi creditada à mordida de um mosquito, no mesmo lugar de uma marca no corpo mumificado de Tutankhamon.

O filho de Carnarvon descansava num quarto ao lado quando seu pai morreu. Ele disse, “As luzes repentinamente apagaram-se no Cairo. Acendemos velas e rezamos”.

Logo após, houve outra morte no hotel. O arqueólogo americano, Arthur Mace, que foi um dos membros líderes da expedição. Queixou-se de cansaço e repentinamente entrou em coma. Morreu antes mesmo de médicos terem diagnosticado o que havia de errado com ele.

Mortes se seguiram uma após a outra.

George Gould, um amigo íntimo de Lord Carnarvon, correu ao Egito assim que soube de sua morte. Gould visitou a tumba do Faraó. No dia seguinte ele teve febre alta e morreu em doze horas.

O radiologista que fez o raio-X do corpo de Tutankhamon, Archibald Reid, queixou-se de exaustão. Ele voltou à Inglaterra e morreu logo após sua chegada.

O secretário pessoal de Carnarvon na expedição, Richard Bethell, foi encontrado morto na cama após uma parada cardíaca.

O industrial inglês, Joel Wool, foi um dos primeiros a visitar a tumba. Ele morreu logo depois de uma febre misteriosa.

Por volta de 1930, somente duas pessoas do time de escavação que entraram na tumba estavam vivas. A Maldição do Faraó ainda estava ativa após meio século.

Em 1970, o único sobrevivente da expedição de Tutankhamon, Richard Adamson de 70 anos, deu uma entrevista à TV onde declarou aos espectadores que não acreditava na maldição.

Após a entrevista, quando ele estava saindo dos estúdios, seu táxi se envolveu num acidente. Adamson foi jogado para fora do carro onde, quase morreu atropelado por um ônibus que passava. Essa havia sido a terceira vez que Adamson dizia publicamente que não acreditava na Maldição de Tutankhamon.

Na primeira vez que disse isso, sua esposa morreu em 48 horas.

Na segunda vez, seu filho quebrou a coluna num acidente de avião. Após a terceira ocasião, Adamson disse: “Até agora, eu recusava-me a acreditar que houvesse alguma ligação entre a Maldição e o que aconteceu à minha família. Mas agora eu estou tendo minhas dúvidas”.

O medo da Maldição do Faraó foi revivido em 1972 quando foi confirmada a mudança dos tesouros de Tutankhamon para a Grã-Bretanha para uma exposição no Museu de Londres.

A operação de transferência do tesouro para a Grã-Bretanha foi supervisionada pelo Dr. Gamal Mehrez do Museu do Cairo.

Dr. Mehrez era o diretor-geral do departamento de antiguidades do museu e o responsável pela segurança de 20 múmias antigas. Ele não acreditava na Maldição do Faraó, mesmo depois de seu antecessor ter morrido subitamente após ter assinado um contrato para mandar os tesouros de Tutankhamon para a França.

Mehrez dizia: - "Eu, mais do que ninguém no mundo, estive envolvido com as tumbas e múmias dos Faraós. Ainda estou vivo. Sou a prova viva de que todas as tragédias associadas com os Faraós são puras coincidências. Eu não acreditei na Maldição sequer um momento".

Os tesouros de Tutankhamon foram removidos do Museu do Cairo em 3 de fevereiro de 1972. Nesse dia, Dr. Mehrez morreu. Ele tinha 52 anos.

Apesar da morte do Dr. Mehrez, os organizadores da exibição continuaram com os arranjos. Um avião da Força Aérea Real foi usado para o transporte dos tesouros de Tutankhamon para a Grã-Bretanha. Após cinco anos do vôo, seis membros da tripulação do avião morreram subitamente ou de doença.

Durante o vôo, o oficial chefe-técnico Ian Lansdowne, por brincadeira chutou a caixa que continha a máscara mortuária de Tutankhamon. Ele disse: “Eu acabei de chutar a coisa mais cara do mundo”. Mais tarde, essa perna foi engessada por cinco meses, totalmente quebrada por um acidente.

O navegador da aeronave, tenente Jim Webb, perdeu todas as suas posses após sua casa ter sido destruída pelo fogo.

Uma garota a bordo do avião decidiu sair da FAR quando ela perdeu todo seu cabelo devido a uma operação num hospital.

Trono Tutankamon

Um comissário, sargento Brian Rounsfall, disse: “No vôo de volta, nós jogamos cartas no invólucro do sarcófago. Fizemos turnos para sentar na caixa em que estava a máscara mortuária, rimos e fizemos piada sobre isso. Nós não estávamos sendo desrespeitosos, era só um pouco de diversão”. O sargento Rounsfall tinha 35 anos na época. Nos quatro anos seguintes, ele sofreu dois ataques no coração, mas sobreviveu, um homem preocupado.

Menos sorte teve o tenente Rick Lawrie, piloto-chefe a bordo da aeronave da FAR, e o engenheiro Ken Parkinson. Ambos tinham a saúde perfeita; ambos morreram de ataques do coração.

A mulher de Parkinson disse: “Meu marido sofria um ataque de coração todo ano, por volta da mesma época que foi o vôo”. O último ataque, em 1978, matou-o. Ele tinha 45 anos.

O piloto-chefe, Lawrie, morreu dois anos antes de Parkinson. Na época, sua mulher disse: “Foi a Maldição de Tutankhamon, a maldição o matou”. Ele tinha somente 40 anos.

Tem alguma explicação lógica para a morte de tanta gente?

O jornalista Philipp Vandenberg estudou a Maldição por muitos anos. Em seu livro, A Maldição do Faraó, Vandenberg fez uma fascinante sugestão.

Ele declarou que as tumbas dos Faraós eram lugares perfeitos para a procriação de bactérias. Ele acredita que essas bactérias puderam sobreviver durante os séculos, até os dias de hoje. Vandenberg também diz que os antigos egípcios eram especialistas em venenos, sendo que alguns destes venenos não precisavam ser injetados para matar, eles podiam matar entrando nos corpos pela pele. Tais venenos eram usados nas pinturas das paredes das tumbas, que foram seladas e tornaram o ar rarefeito. Saqueadores de túmulos que, nos tempos antigos, entravam nas tumbas, sempre fizeram primeiro um pequeno buraco na parede da tumba. Era para que ar fresco pudesse circular antes deles entrarem para roubar os tesouros dos Faraós.

Mas a mais extraordinária explicação para toda a Maldição foi sugerida em 1949.

Ela veio do cientista atômico, Professor Louis Bulgarini, que afirmou: “É definitivamente possível que os antigos egípcios usassem radiação atômica para protegerem seus lugares sagrados. O chão das tumbas poderiam ter sido cobertas com urânio, ou os túmulos poderiam ter sido cobertos com rochas radioativas”.

Rochas contendo ouro e urânio foram mineradas no Egito, há 3000 anos atrás. Tal radiação poderia matar um homem hoje. Se for verdade que os antigos Faraós foram responsáveis por mortes nos séculos XIX e XX.

Em 1912, um navio de passageiros inglês estava atravessando o Atlântico.

A bordo estava uma carga valiosa, uma múmia egípcia. Era o corpo de um profeta que viveu durante a época do padrasto de Tutankhamon, Akhenaton.

Por causa de seu grande valor, a múmia não foi transportada no porão do navio. Ao contrário, ela foi colocada num compartimento atrás do convés, junto da cabina do capitão.

Foi um erro de julgamento do capitão que ajudou a causar o naufrágio do navio e a morte de 1513 de seus passageiros.

O nome do navio era TITANIC!









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