Soberano do antigo Egito, monarca absoluto respeitado como o representante direto da divindade máxima.
A coesão social do antigo Egito foi devida, em grande parte, à autoridade sagrada dos faraós, monarcas absolutos tidos como representantes diretos da divindade máxima.
A palavra “faraó” (do egípcio per-a'a, pelo grego pharaón) significava originariamente “grande casa” ou “palácio real”. Durante o império novo, que teve início por volta de 1757 a.C., com a XVIII dinastia, o termo tornou-se sinônimo de “rei” e, a partir da XXII dinastia, passou a ser o título do monarca. Os textos hebreus da época utilizavam esse nome para designar o rei egípcio.
O faraó identificava-se com o deus do céu Hórus e com os deuses solares Rá, Amon e Aton. Rituais funerários asseguravam sua sobrevivência após a morte, quando então se identificava com Osíris. Para os egípcios, o faraó tinha poderes mágicos e podia controlar a natureza e o ciclo agrário de forma favorável para os súditos. Sua presença infundia tanto respeito que, ao dirigir-se a ele, era preciso prostrar-se ao chão.
Grande proprietário de terras, o faraó administrava a justiça e governava com poderes absolutos, ajudado por uma máquina burocrática encabeçada pelo vizir e ramificada nas diversas províncias, ou nomos. As castas aristocráticas, os sacerdotes e mesmo parte das classes populares não levavam tão a sério a natureza divina do faraó. Nas lutas pelo poder, muitas vezes as conspirações de facções adversárias da realeza terminaram no assassinato do faraó.