Cleópatra (69-30 a.C.). Rainha do Egito de 51 a 30 a.C. foi a última representante da dinastia lágida, influenciou os destinos de Roma através de relações amorosas com Júlio César e Marco Antonio.
Imortalizada como mulher fatal pela história e o teatro, Cleópatra exerceu forte influência sobre os destinos de Roma, graças às relações amorosas que manteve com Júlio César e Marco Antônio.
Última rainha da dinastia lágida, filha de Ptolomeu XII, Cleópatra nasceu em Alexandria no ano 69 a.C. e subiu ao trono do Egito em 51 a.C. O pai deixara o reino em testamento para o filho Ptolomeu XIII, então com dez anos, e para Cleópatra, prevendo o casamento entre ambos, segundo a tradição. Três anos depois, no entanto, ela entrou em choque com os ministros, deflagrou uma guerra civil contra o irmão e foi reconduzida ao trono por Júlio César, junto ao irmão menor, Ptolomeu XIV. Uniu-se então a César e foi para Roma, onde deu à luz Ptolomeu XV César, conhecido como Cesarion.
Com o assassinato de César, em 44 a.C., Cleópatra voltou ao Egito. A presença de Marco Antônio, que se encontrava na Anatólia como governador da porção oriental do Império Romano, estimulou a ambição da rainha, que o seduziu e casou-se com ele em 37 a.C. O Senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Actium, ambos se suicidaram.
A união de Cleópatra com César, e depois com Marco Antônio, se vincula estreitamente a fatos políticos referentes a dois grandes impérios da antiguidade. César não foi movido apenas por motivos sentimentais para restabelecer Cleópatra no trono, após derrotar Pompeu. Convinha à política oriental de Roma ter o Egito como aliado, ao invés de anexá-lo como província, fato que poderia reaglutinar o Oriente contra Roma, convinha também afastar Ptolomeu XIII, e ter Cleópatra sozinha no trono, como aliada.
Marco Antônio uniu-se a Cleópatra para contar com os recursos financeiros e militares do Egito na disputa com Otávio pela chefia do Império Romano. No início apenas um trunfo, o Egito acabou sendo para ele sua própria força. As razões pessoais pesaram também em suas decisões: Cleópatra dera-lhe dois filhos, cujo futuro ele deveria assegurar, o que explica o acordo pelo qual Marco Antônio se comprometeu a desposá-la, a reconhecer Cesarion como herdeiro e recuperar o poderio egípcio.
A derrota que sofreu contra os partos e a volta a Alexandria, sob proteção da esquadra de Cleópatra, transformou-o num joguete em suas mãos. Daí em diante, só ela teria poder para ajudá-lo a realizar seu sonho: fazer do Oriente um império dos Ptolomeus, com capital em Alexandria. Tendo frustradas suas ambições pela derrota, Cleópatra preferiu a morte e deixou-se picar por uma serpente, em Alexandria, em 30 a.C. A principal fonte a seu respeito é a Vida de Antônio, de Plutarco, que serviu de base à peça Antônio e Cleópatra, de Shakespeare.