O Perfil das Bruxas

É difícil reconhecer uma bruxa somente pelo físico. Algumas pessoas fazem questão de mostrar que são “bruxas”: aquelas que se vestem constantemente de preto, utilizam uma corrente com pentáculo ou algum pingente de pedra, outras têm cabelos compridos repartidos ao meio e unhas compridas, às vezes pintadas de preto. Nem sempre elas são o que dizem ser, muitas vezes até porque não sabem como ser. Ser bruxa não é utilizar um feitiço quando as nossas possibilidades para resolver um problema estão esgotadas. Não é também conhecendo os nomes das ervas e decorando as jogadas de tarô que nos tornamos bruxas. Ser bruxa não é ainda manipular o mundo através de poderes sobre-humanos.

A autêntica bruxa mora no interior da pessoa. É aquela mulher que aparenta ser o que é de verdade, estando satisfeita com o que é e não se preocupando com a opinião alheia em demasiado. A bruxa sempre traz em qualquer ambiente, um clima de força e alto astral. Elas estão por todas as partes, destacando-se pela sua sensibilidade, beleza indescritível e energia contagiante.

Para a maioria das bruxas, o senso de humor é indispensável. É sempre importante estar de bem com a vida, semeando força e alegria.

No instante em que nos tornamos bruxas, nos tornamos muito mais sensíveis, começamos a prestar atenção nas coisas que até então passaram despercebidas.

Floresta

Quando uma bruxa entra numa floresta, por exemplo, sente toda a intensidade das vibrações das árvores e plantas, se emociona com o delicado desabrochar das flores, se deleita com o barulho das águas, se encanta com o canto e o movimento de qualquer pássaro ou animal.

A bruxa assume sempre o seu papel como mensageira e guardiã da Grande Mãe. Ela não se gaba com uma criatura que possui poderes sobrenaturais, capaz de conseguir tudo num estalar de dedos. A bruxa possui a consciência de que é alguém como qualquer outro, assumindo a sua condição com simplicidade e naturalidade.

Ser bruxa é saber que não estamos limitados apenas a simples indivíduos de uma sociedade: somos habitantes de um Universo imenso e infinito, não de uma cidade apenas. Devemos saber também que o tempo não está limitado num simples calendário, onde o passado, o presente e o futuro se encontram em ordens distintas. Na verdade, o tempo é dividido em várias dimensões diferentes e seu andamento não é paralelo e, sim, circular. É exato, porém, estranho de admitir que todo futuro vira presente, todo presente vira passado, todo passado é feito de presente e que um dia já foi futuro. É como explicamos as previsões dos clarividentes, as pequenas premonições que temos no dia-a-dia e as revelações de grandes profetas que realmente acertaram Suas profecias?

Essa noção de espaço e tempo adquirimos sempre parcialmente. O segredo do Universo não está ao alcance de ser entendido pela mente humana. Sabemos apenas que sua força é grandiosa, complexa, infinita e perfeita.









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